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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Jairo Aguiar - Canta para Os Namorados (1962)



01. Twist do amor
02. Cerejeira do Japão
03. Última Lição
04. Coração em Bibope
05. Porque tu Ris
06. Um Sonho Pra depois
07. Eternamente Teu
08. A Tua Ausencia me Alucina
09. Eu e Você
10. Cabo Canaveral
11. Magia dos teus Olhos
12. Judeu Errante

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Jairo Alves de Souza Aguiar, nascido em João Pessoa no dia 11/09/1937, iniciou a carreira na década de 1950, cantando na Rádio Clube Pernambuco. Em 1954, participou do concurso "Primeiro Campeonato de Cantores Novos", promovido pela Rádio Nacional e apresentado por César de Alencar. Ficou em primeiro lugar, cantando músicas do repertório de Jorge Goulart e Carlos Galhardo. Assinou um contrato de dois anos com a Rádio Nacional. Participou dos programas de auditório e era presença constante nos programas apresentados por Paulo Gracindo, que foi um de seus grandes incentivadores. Na contracapa de um disco do cantor, escreveu: "Jóia não sai de moda nunca". 

Em 1956, foi contratado pela gravadora Copacabana onde estreou com sucesso cantando o samba "Uma noite no Rio", de sua autoria em parceria com Aôr Ribeiro e Mário Mascarenhas. O outro lado do disco trazia a valsa "Sussu", de Joubert de Carvalho. Em 1957 fez sucesso com as gravações do fox balada "Caprichos do amor", parceria com Mário Mascarenhas e da guarânia "Checamba-me", de J. Alea, Jocelino e Nelinho. Em 1958 gravou de sua autoria e Benil Santos o samba "Devoção" e de Assis Valente o samba "Lamento" e da dupla Raul Sampaio e Benil Santos o bolero "Noites cruéis". O samba "Lamento", lhe foi entregue por Assis Valente e foi a última música composta por ele, que iria suicidar-se naquele mesmo ano. No entanto, a gravação não alcançou o sucesso esperado. No ano seguinte registrou o beguine "Veneno", de Poly e Henrique Lobo, a guarânia "Amor de índia", de Augusto Mesquita e Muraro e o bolero "Triste recordação", de Rossini Pacheco, entre outras composições. 

Em 1960 gravou de Blecaute a marcha lamento "Lamento do triste adeus" e de Nássara e Jair Amorim o bolero "Minha estrela é você". No ano seguinte registrou o bolero "O despertar da montanha", de Eduardo Souto com letra de Francisco Pimentel. No outro lado do disco, a mesma música foi interpretada pela Orquestra Copacabana. Em 1962, tentando acompanhar os novos rítmos musicais gravou o chachacha "O homem do bombô", de Getúlio Macedo.

Pela gravadora Copacabana lançou 20 discos de 78 rpms, 10 compactos e 12 LPs, perfazendo quase 200 músicas, muitas composições de sua autoria. Seus maiores sucessos foram: "Enxugue as lágrimas", "Serenata de Schubert", "Ainda espero por ti" . Atuou no Teatro de Revista e também em filmes produzidos por Carlos Imperial. Na década de 1960 excursionou pela Argentina e o Uruguai. Ao retornar ao Brasil, passou a cantar em cidades do Norte e Nordeste do país. Voltou ao disco em 1990, lançando "Emoção maior", pela somarj. Em 2001, lançou o CD "Jairo Aguiar reconquista sucessos".




terça-feira, 16 de outubro de 2012

Sivuca - Sivuca Sinfônico (2004)



01 – Rapsódia Gonzaguiana (Sivuca – Temas de Luiz Gonzaga)
02 – Aquariana (Sivuca)
03 – João e Maria (Sivuca / Chico Buarque)
04 – Feira de Mangaio (Sivuca / Glorinha Gadelha)
05 – Quando me Lembro (Sivuca / Glorinha Gadelha)
06 – Moto Perpétuo (Paganini)
07 – Concerto Sinfônico para Asa Branca (Sivuca – Temas de Luiz Gonzaga)

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Mestre Sivuca (Texto de Braulio Tavares)

Num ambiente ruidoso como o da música popular, Sivuca era uma presença de poucos decibéis. Sempre tranqüilo, de fala mansa, não fazia nenhum alarido. Mesmo tendo opiniões claras e posições firmes, não dava entrevistas bombásticas, não se envolvia em polêmicas. Só se tornava o centro das atenções quando empunhava (ou melhor, sobraçava) o instrumento e fazia brotar dele um niágara de melodias que pareciam estar apenas esperando seu toque nas teclas para brotarem já prontas, irretocáveis.

Lembro de ouvir, na infância, meus pais comentando terem visto Sivuca tocar nas festas do extinto Campinense Clube, ali na Praça Coronel Antonio Pessoa, e de tê-lo visto tocando na Praça da Bandeira, em algum comício ou festa popular. O primeiro show dele que vi pra valer foi o seu encontro histórico com Hermeto Paschoal, no Teatro Castro Alves de Salvador, lá pelo fim dos anos 1970. Show inesquecível, pelo jogo extremo de semelhanças e diferenças entre os dois grandes artistas. Sivuca era o apolíneo, o clássico, o executante que consegue a façanha de caminhar sobre as águas da perfeição. Hermeto era o dionisíaco, o romântico, o vanguardista que experimenta tudo e joga suas criações para o alto, para ver quantas delas conseguem cair de pé e sair andando. Juntos, no palco, idênticos e distintos, pareciam dois irmãos gêmeos que foram criados em planetas diferentes.

Foi a época do seu disco famoso com Rosinha de Valença, em que o Brasil inteiro ficou conhecendo seu arranjo multi-nacional para “Vassourinhas” (em forma de música indiana, escocesa, argentina, francesa, etc.) e ouviu pela primeira vez a obra-prima “Feira de Mangaio”, sua mais bela parceria com Glorinha. Para a crítica musical brasileira, que chegara às redações quando ele estava fora do Brasil, Sivuca foi uma revelação, mostrando, de um momento para o outro, ser um coringa capaz de fazer forró, jazz, frevo, valsa, o escambau. Para nós, paraibanos, ele era gente de casa, carta antiga do baralho, uma espécie de rei-de-ouros capaz de transformar em Arte tudo que tocava.

A sanfona de Sivuca tinha um milhão de teclas. Eu, coitado, vivo aqui batendo em três ou quatro. Uma delas (que meus leitores já conhecem de sobra) é a quantidade de meninos de gênio que vivem de bobeira por aí, Paraíba afora, doidos que alguém lhes dê uma luz, um instrumento, uma informação. Numa entrevista, Sivuca disse uma vez que na sua casa, na infância, não se ouvia música porque não tinha eletricidade; ele só via às vezes alguém tocando violão, ou um sanfoneiro itinerante que passava por lá. O jornalista pergunta-lhe o que faltava e ele diz: “Faltava informação somente”. Faltava a possibilidade de acessar o mundo. Quando essa possibilidade surge, o mundo fica sabendo, como soube com Sivuca, do que são capazes os nossos pequenos paraibanos, os nossos meninos e meninas que, no final das contas, são a coisa mais valiosa com que a pequenina Paraíba pode contribuir para enriquecer o mundo.

Vídeo abaixo: Sivuca e Orquestra Sinfônica do Recife - João e Maria (Composição de Sivuca e Chico Buarque)